Seja super bem vindo!
Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

Venha pescar e ser pescador (a) da literatura junto da gente.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Porta de saída


Elemento intrínseco
Das histórias
Contadas, vistas, vividas e (re)vividas.
Eu?
Desejava subvertê-la.
Anteriormente aberta
Elemento de escape
Deparei-me com ela fechada
Por vontade.
Por quê?
Para ver os olhos lascivos
Do homem ao bater a porta
Pensando na moça.
Para ver de perto
Os olhos da moça
Angustiados em vão.
Para ver os olhos lacrimosos
Do filho
Ao olhar pela última vez
Aquela porta.
Para ver, também,
Os olhos sedentos
Daquele que sonha
Insistente, sonha
Incessante, sonha
Numa busca pelo
Intangível
Ainda que
Fechada esteja
A porta da saída.


Por Sereia de Ulisses
Num hoje de 18 de maio
Desejoso de eternidade

terça-feira, 27 de maio de 2014

22ª Pesca Literária

Mais um sábado com muita literatura, desta vez na sede do Ponto de Cultura Recanto das Artes, com LITERATURA INFANTIL, embora viajemos na questão da produção, da leitura e dentre tantos assuntos de importância à escrita. Mais um momento de desafio, de declamação e de muito estudo...











Dois dedos no copo, uma dose amarga de desgosto

Da desilusão virei refém;
Do vício virei amigo;
Os dedos que sempre encontravam seu rosto
Encontram agora o duro e transparente desgosto.
Embriago-me de lembranças;
Que me levam ao desespero;
Procuro por mais uma dose de conforto;
Mas não percebo que já tenho tomado o copo inteiro.
Já não sei o que pensar;
Já não sei o que fazer;
Ponha mais dois dedos no copo para eu viver;
Queria que soubesse que eu amo você.

Lica Escama

Sentir

Produzido na 23ª Pesca

Sentir o que não vejo;
Sentado, calado, sem medo.
Sentir o que ninguém quer sentir;
Preso, amordaçado, sem sorri.
Sentir o que não devo;
Cego, ilhado, com medo.
Sentir errado;
Sentir certo;
Sentir com ou sem intenção;
Sentir com ou sem razão;
Sentir cedo;
Sentir tarde;
Sentir a paixão;
Sentir o amor;
Sentir a perda;
Sentir o adeus.
Sentir o que não vejo,
Eu sinto Deus!

Lica Escama

Chuva

Produzido na 21ª Pesca

Cai, cai aqui em casa;
Cai na rua, cai na praça;
Fria, molhada, agitada;
Escorre telhado a baixo;
Escorre na minha calçada;
Escorre na tua janela;
Escorre na minha face.
Mata a sede da terra, ó chuva!
Mata a sede de um povo, ó chuva!
Mata esse calor que barra tua entrada;
Ensina-lhe a refrescar com tuas águas.
Molha lá fora;
Molha aqui dentro;
Chuvas que vão e levam esperanças;
Chuvas que vem e traz mudanças;
Um banho de chuva me faz sentir novamente criança.

Lica Escama

A caneta não escreve somente, ela fala

Produzido 19ª Pesca

Palavras soltas e confusas;
Povoam e se alojam em minha mente;
Parecem dizer-me tudo;
Porém não me dizem nada.
Formam-se sem explicação, sem motivo.
Sento no canto do meu pensamento;
Espero a fala vim e divulgar cada sentimento;
Mas o silêncio toma a frente;
Quer falar sem interrupções;
Pego um papel e uma caneta;
Num fundo de uma gaveta;
E ponho-me a escrever sem parar;
A caneta não aceita pausas;
Pois ela não escreve somente;
Ela fala;
E transforma o que era silêncio;
Em um grito de palavras.

Lica Escama

O branco no preto

Sem ideia;
Sem noção;
Sou eu agora;
Observando um bichinho na palma da mão.
Não sei o que é;
Não sei o fazes;
Uma parte lembra o escuro;
A outra as nuvens.
Observo, mexo, cutuco;
Assopro, falo e grito;
E o bicho lá, parado;
Feito um morto vivo.
Não sei que bicho é;
De cor preta e branca;
Nunca vi tal bicho;
E de qual nome te chamam.
Pensei, pensei igual criança;
Pensei em um nome;
Um nome para que eu te chame;
Olhando, olhando para o bicho;
Ainda lá morto vivo;
Pensei em chamar preto e branco;
Mas vou chamar o branco no preto
Que eu acho mais bonito.

Lica Escama


Triste adeus

Fazia um sol danado de lascar os miolos, quando deixamos para trás nossa velha casa. O tempo não foi muito bonzinho com ela. Tão velhinha, que as paredes estavam que num se aguentava mais em pé. Tantas coisas eu passei naquele lugar, naquele casebre. Lembro-me muito bem de tudo, como se fosse hoje, dias bons e dias ruins, tudo agora vai virá lembranças de um tempo difícil, porém feliz. Quando era tempo de inverno, não conseguíamos distinguir se estávamos dentro ou fora de casa. Eram tantos pingos caindo em nossas cabeças, que sem a gente querer acabávamos tomando banho de chuva. O ruim era quando chovia a noite, quando estávamos ainda dormindo, o susto era grande e a noite era longa. O único lugar que era quentinho e não chovia lá, era embaixo do fogão de lenha de minha mão que meu pai construiu com muito capricho. Mas o lugar já tinha dono certo, era a galinha pintada de minha mãe, que esquentava seus ovos com muito cuidado. Era o jeito esperar a chuva passar. Minha casinha, tão maltratada, cheia de buracos, mas continuou de pé nos abrigando. Não sei por quanto tempo irá ficar assim, de pé, mas não poderíamos ficar esperando você cair e sermos engolidos pelos seus destroços. Para onde iremos ainda não sei, mas acompanharei meus pais sem questionamentos, acreditando que o melhor ainda está por vim. Lembrar-me-ei de tudo que passei debaixo desse teto que ameaça cai a qualquer momento. Se for para dizer adeus, adeus minha velha casa! Sentirei saudades!

Lica Escama

Receita de Liberdade Infantil


Produzido na 23ª Pesca
  • 10g de ruas inteira bem longa
  • 1 xírcara de canela ralada 
  • 2 colheres de bolas pintadas 
  • 1 copo de leite bem fresco
  • 1 xícara de tinta colorida 
  • 30g de uma parede rebocada 
  • 1 pitada de imaginação 


MODO DE PREPARO 

Em uma panela bem grande junte as ruas inteiras com as bolas pintadas até formar uma partida de futebol, adicione a canela ralada com o copo de leite e deixe curar. Depois junte a tinta com a parede e a pitada de imaginação. Por fim leve ao forno por um dia inteiro e sirva para todos seus amigos. E assim está pronto mais uma porção de liberdade infantil.

Euro Canoa

quinta-feira, 22 de maio de 2014

A luz da Lua

Foi ali mesmo na relva
o travesseiro era uma pedra
rígida como os dois.

O suor era o orvalho dali
e o deleite
semeava o chão e o ventre

Vieram a mim se expor
como vieram ao mundo
despidos de tudo
inclusive de vergonhas

Eles não me viram
mas eu os vi, os contemplei
quis estar ali

A ousadia da juventude
os trouxe ao mato
a consumar o ato
sobre a luz da lua.

Luna Pescada
Fortaleza-CE

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Troca 2

Inspirado no poema “Troca” de Mailson Furtado, Vanessa Paulino e Anna Lua

Um e um se cruzam 
Um e um se tocam 
Um e um se trocam
E quando se descruzam, 
Um e um se destocam, 
Mas não se destrocam 
Pois a troca toca 
E acrescenta onde troca

Welligton Junior

Carbono ao ar, meus olhos ardiam

Era hoje de algum dia
e com o contraste aparente
do que minha vista via
                     [que viu]
que estava sem eu saber
o quê, porquê ou outros quês
de eu estar aqui.

Mas enfim, entrando no assunto,
o carbono jogado ao vento
que me dizem que respiro,
mesmo eu não vendo,
acredito!
Afinal, eu duvido
que a culpa dos meus olhos vermelhos,
seja somente da poeira
que a natureza esqueceu de espanar
dos bancos de praça por ai.

'nando Cará
Fortaleza - CE

Pescaria chega ao mar

Neste 3º fim de semana de maio de 2014, o grupo literário Pescaria representado pelos pescadores Mailson Furtado, Yane Cordeiro, Felipe Ximenes, Bruno Trajano e Erineu Ricardo participaram do Sábado Literário do Shopping Benfica e paralelo a isso em companhia das novas pescadoras, Anna Lua e Vanessa Paulino, vivemos um fim de semana pra lá de poético, com muita poesia, arte, teatro, dança e tanta coisa coisa que talvez as fotografias possam falar melhor pra gente...


Pesca Literária no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
E o limite?




Canindé - CE


Roda de conversa

Pescaria no Sábado Literário do Shopping Benfica

No Shopping Benfica todo 3º sábado do mês acontece o Sábado Literário. E neste, o grupo literário Pescaria foi convidado a facilitar o encontro, que se tornou um grande debate sobre a questão da atual literatura, desde autores, leitores e a nova escrita. Uma verdadeira troca de experiência com todos os presentes e muita bagagem nova pra carregar no decorrer da estrada.

Desde já agradecemos a Neyara Furtado, organizadora do evento, pela oportunidade, o Ponto de Cultura Recanto das Artes pelo apoio, Anna Lua e Vanessa Paulino pela companhia e todos que vieram conferir o que aconteceu em mais um Sábado literário.






sábado, 17 de maio de 2014

Sarau Som das Letras

O grupo literário Pescaria realizou seu I Sarau Som das Letras nesta sexta, 16 de maio de 2014, na sede do Ponto de Cultura Recanto das Artes em Varjota - CE trazendo muita literatura, música e teatro, com um público super interativo, confira como foi um pouco do evento em fotos...















quarta-feira, 14 de maio de 2014

Azul

Se dentre as cores
Coubesse-me a missão 
De entre elas escolher 
A cor do desejo 
Aquele que represente 
O fogo do corpo 
O calor da alma 
Esta seria o Azul 
Meu doce azul 
O Azul do mar 
O azul de teus olhos 
Que neste azul eu irei 
Desvendar a prazer
Aprender a surpreender 
O doce sabor azul.

Valquiria Piscarto

sábado, 10 de maio de 2014

Desejos do corpo

Se teu amor não me deres
Pouco me importa
Este amor que tenho
É fogo logo com fogo será consumido
Outros braços me seguraram
Outras bocas vou beijar
Outro corpo será minha morada

Em um novo peito encontro morada,
Em um novo leito encontro refúgio,
Sentido o prazer de viver de novo
Afogando fogo em álcool

Nestes outros braços
O prazer de uma noite
Apague o amor e uma vida
Que meu corpo seja livre
Se deliciando em outros leitos
Por minha a alma é presa
Eternamente presa em teu peito

E assim me entrego mais uma vez
Quebrando as correntes e fazendo novos nós
Me entregando ao amor que não é mais casto
Morrendo no desejo do prazer.

21ª Pesca Literária

E mais um sábado, mais uma manhã, mais um momento único e grupo literário Pescaria firme e forte na proposta da difusão da literatura. Nesta utilizamos apenas para planejamentos internos sobre o Sarau Som das Letras deste próximo dia 16, sexta, e do Sábado Literário, no sábado, dia 17 no Shopping Benfica em Fortaleza.

Assim, desde já, convidamos a todos a comparecem!