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Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

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terça-feira, 27 de maio de 2014

Triste adeus

Fazia um sol danado de lascar os miolos, quando deixamos para trás nossa velha casa. O tempo não foi muito bonzinho com ela. Tão velhinha, que as paredes estavam que num se aguentava mais em pé. Tantas coisas eu passei naquele lugar, naquele casebre. Lembro-me muito bem de tudo, como se fosse hoje, dias bons e dias ruins, tudo agora vai virá lembranças de um tempo difícil, porém feliz. Quando era tempo de inverno, não conseguíamos distinguir se estávamos dentro ou fora de casa. Eram tantos pingos caindo em nossas cabeças, que sem a gente querer acabávamos tomando banho de chuva. O ruim era quando chovia a noite, quando estávamos ainda dormindo, o susto era grande e a noite era longa. O único lugar que era quentinho e não chovia lá, era embaixo do fogão de lenha de minha mão que meu pai construiu com muito capricho. Mas o lugar já tinha dono certo, era a galinha pintada de minha mãe, que esquentava seus ovos com muito cuidado. Era o jeito esperar a chuva passar. Minha casinha, tão maltratada, cheia de buracos, mas continuou de pé nos abrigando. Não sei por quanto tempo irá ficar assim, de pé, mas não poderíamos ficar esperando você cair e sermos engolidos pelos seus destroços. Para onde iremos ainda não sei, mas acompanharei meus pais sem questionamentos, acreditando que o melhor ainda está por vim. Lembrar-me-ei de tudo que passei debaixo desse teto que ameaça cai a qualquer momento. Se for para dizer adeus, adeus minha velha casa! Sentirei saudades!

Lica Escama

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