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Eis o Pescaria, grupo literário pioneiro nas terras do Araras, hoje Varjota – Ceará.
Grupo de caráter cultural, primando as Letras, denominado Pescaria, cujo objetivo é pescar indivíduos às letras e artes, ofertando-os o alimento – o peixe – da liberdade, o saber.

Venha pescar e ser pescador (a) da literatura junto da gente.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Cambo e o Pescaria por Léo Prudêncio

Por Léo Prudêncio, poeta, professor e
graduado em Letras pela UVA

Faz parte da história literária cearense a criação de grupos reunindo artistas da palavra. Muitos desses grupos fizeram estória por encabeçarem movimentos artísticos, como a Padaria Espiritual que fomentou ainda mais o advento do simbolismo e o grupo Maracajá que foi o responsável pela implantação do modernismo no Ceará. Sem contar que a primeira academia de letras no Brasil foi instalada em nosso estado, a Academia Cearense de Letras, em 1894, três anos antes da Academia Brasileira de Letras. 
Se nos reportarmos ao início da história da literatura cearense, descobriremos que o seu início se deu com o grupo literário Os Oiteiros que se reuniam semanalmente no palácio do governo. 
Portanto, a criação desses grupos é, de certa forma, parte da nossa cultura literária. Temos ainda outros exemplos a serem citados, mas fiquemos nesses. O intuito aqui, nesta pequena nota, é dar notícias do grupo literário O Pescaria, que se reúne semanalmente em Varjota para discutir e celebrar a cultura literária do município. 
Nesses encontros os amigos debatem sobre determinado assunto e depois produzem algum texto sobre o debate. Esse texto, geralmente, é em formato de poema. 
Por falar em poema, essa semana os “pescadores” publicaram a primeira antologia do grupo, intitulada O Cambo. Os “pescadores” assinam os poemas do livro com o nome de guerra do grupo, sendo eles: 'nando Cará, Russo Remos, Bento Biquara, Simplício Anzol, Nelson Tarrafa, GuajupiáEmTerra'fogado, Vaz Rio, Canoeiro Holmes, Euro Canoa, Luna Pescada e Lica Escama. Cada poema é acompanhado, antes, de uma breve biografia-literária de seu autor. 
O interessante a se notar em uma antologia é a diversidade de temas e estilos trabalhados pelos autores, não que em O Cambo isso não seja notado, mas há neles uma unidade textual que se concentra e que abordar a cidade, Varjota no caso, e sobre as vivências de seus autores. A voz filosófica da perca da identidade é percebido em vários poemas. 
O Poeta de Meia-tigela assina o posfácio da edição. O texto intitulado Cambo escambo e o escambau ou o mar está para peixe é dividido em 8 partes, fragmentado e 'enlinhado' como uma rede de pesca. Na última parte do texto, o Poeta recorta partes de poemas dos “pescadores” formando um centão, termo designado para um poema que reúne partes de diversos autores, a partir dele dá pra se ter uma dimensão da obra como um todo: 

CENTÃO 

(‘nando Cará) Escorrem as águas do rio, 
(Russo Remos)O rio corre, escorre e morre na nascente. 
(Bento Biquara)Sou um pescador 
(Simplício Anzol)Do tudo e do nada. 

(Nelson Tarrafa)Hoje o delírio contornou minha realidade 
(Guajupiá)Asfixiada, 
(Vaz Rio)Quero o que deveria, mas não busco. 

(Canoeiro Holmes)E assim me despeço 
(Euro Canoa) Afogado em meus pensamentos 
(Luna Pescada)Salivando minha intimidade 
(Lica Escama) Cada sentimento que há no meu coração.

O Cambo foi lançado em Varjota no último dia 15 de Novembro. Caso você não tenha ido lançamento e esteja interessado em adquirir a obra basta enviar um e-mail para grupopescaria@gmail.com e solicitar o seu.

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